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Ato III - A Casa de Espetáculos!
Na mais famosa casa de espetáculos
Ainda é sentida a agradável presença
Da elegante e curta Belle Époque
Qual infravermelho espectro;
E os ecos do passado pode-se ouvir
Nas vozes dos antigos proprietários:
– O primeiro paço de mulheres!
Para a disputa das velozes
E briosas dançarinas, ampla pista!
Por toda a parte espelham-se
As diversas classes parisienses!
Luxuosas galerias para o vernissage
Do glamour erótico pintado na pele,
No chão e nas paredes – arte imortal!
Com presas de marfim o exótico gigante
– inspiração circense na alvorada –
A adornar o Jardim das Delícias
No Paço dos Passos de Cancan
Que às faces de Nefzaui rubor traria!
Os ventos do tempo movem o moinho
Que em teatro concerto se converte:
Ópera, musicais e dramaturgia
A outro nível levam a fantasia
– por vezes o divertido Burlesque
com toda a elegância que merece!
Mas quando sente o país o peso terrível
Do negro coturno do Führer, tudo eclipsa
– o odor pútrido sentem dos mártires
da revolução, e do fantasma de Marat
ouvem as horripilantes lamentações!
Quando a maior águia do Novo Mundo
À maior águia do Velho Mundo devora,
Perdem seu banquete os tétricos
Comensais da morte, pois toda
A suástica e suntuosa mesa é retirada!
Tempos de fome para o ínclito
Cabaré à nova administração
O cardápio levam a mudar
Com uma nova e criativa receita
Para a antiga glória restaurar:
O jantar-espetáculo!
A receita agrada ao paladar cosmopolita
E toda a magnificência resgata
A tradicional e apaixonante casa!
O cardápio variado de espetáculos
Servidos junto a jantares saborosos
Tem alimentado todo o glamour do cabaré
E trazido à lembrança os tempos áureos,
Mas de seu apogeu o sabor já não se nota,
Comprometendo a ansiosa e cara degustação
– continuará agradando o paladar da população?
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