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Ato IV - O Templo da Luxúria.
Deusas, sacerdotisas e devotos
Celebram os rituais de luxúria
Nesse templo pagão de prazer
E festividades luxuriantes
Com vinificadas poções rúbeas
Ou absínticas poções esmeralda
Vertidas nos cálices da perdição
Que entorpecem os sentidos
E elevam os ânimos de fiéis
Devotos como Toulouse-Lautrec!
Um grande templo do cancan
Cuja entrada se encontra
Sob um velho moinho de vento
Em um noturno vilarejo parisiense
De luz vermelha incandescente!
Entre as sacerdotisas
Da Deusa da Luxúria
– adorada em altares
de sangue e paixão –
Uma se destaca
Por seu doce recato
Falso e encantador:
Corine, a bela corista excitada,
Ao pudor contrariamente corada
Pelo calor que corre como sangue
Que ferve em ebulição nas caldeiras
Das sensuais cadeiras, a declinar
Relutante os tentadores convites
Em respeito ao festival de infertilidade
E sexual liberdade que tinge
De escarlate sua deliciosa intimidade
– selo mensal que se rompe em ritual
natural e sangrento de luto breve
e manchado apenas reservado
a um restrito grupo de iniciados!
Mas em meio à dança
Ritual das demais coristas,
A primavera dos corpos
Aos ritos da paixão convida
Nos festivais de fertilidade
Celebrados no Templo da Luxúria!
Em nome do prazer e da liberdade
Oram os devotos à deusa pedindo
Proteção contra a natureza
Que com inocência deseja
Em abundância se reproduzir
Para camas e mesas suprir,
Mas deveriam com mais fervor
Pedir para não serem os escolhidos
A serem entregues em sacrifício
Nas venéreas colheitas de outono!
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