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II. Stabat Mater Speciosa
Ouço o pranto dos inocentes
A ressoar no jubiloso coração
Como acordes para o canto
Lacrimoso do Anjo da Vida
– música celestial daqueles
que tocam e cantam o amor
nos recônditos da eternidade!
Gestavas um amor tão grande
Que a luz de uma estrela trazia;
Um amor incubado e contagiante,
Apenas esperando o claro dia
Em que o mundo pudesse estar
Preparado para recebê-lo!
Nasceu o luciano filho ao meio-dia,
Quando a luz estava alta no céu,
No mesmo mês em que nasceste,
Como se do Altíssimo fosse um presente,
Como um maná a cair em divina providência
No vasto deserto da esperança!
A luz do Pai, tão pequenina,
Sorria radiante como o Sol
A iluminar um lago plácido e cristalino
– herdou o sorriso e a paz do pai,
e não deu mais trabalho que o do parto!
Seus olhos azuis como o céu
Tinham o resplendor do Sol;
Sua cútis alvacenta reluzia
Como o trigo na alba,
E por baixo dela se podia ver
As ramificações dos lençóis de liquefeita vida
– era suave como um lençol de seda!
O ouro e a prata emadeixados
Em fios adornavam a cabeça
E revelavam as raízes
Do paterno Sol e da materna Lua!
Batizaste o infante com um nome próprio
De suas características iluminadas!
Era o calor e a luz do mundo
Que trazia o fim do teu Inverno!
Embora não tenha testemunhado
O natalício advento,
Venho depois dele
Para dar seu testemunho,
Para dar continuidade à sua tradição
Através do meu franciscano
Relato de sua história,
Dos mistérios marianos
Que dos teus lábios doces
Chegaram aos meus ouvidos
– és a maior testemunha da luz
que entregaste ao mundo
e de seu trágico destino;
aceita o que em tua honra
e em honra do teu filho,
transformo em hino!
Quisera ter a graça
De haver presenciado
Acontecimento tão sagrado,
Que se deu em um leito
Aconchegante e longe
De desumanas manjedouras!
Não o visitaram três reis magos,
Mas o Arcanjo Michael
Na forma de um menino alegre,
Cheio de vida e magia,
Disposto a dar proteção
E todo o seu amor ao indefeso irmão!
Para dar continuidade
A essa antiga tradição,
Dou início à mariana Ordem
Desde o caos de angustiantes recordações;
Sigo o signo da estrela matutina
Que me fala de luz e trevas,
Que me leva a uma viagem no tempo
Por uma via dolorosa
De cruz e espinhos,
A um passado onde viveste
Todas as estações na Primavera!
Ainda que faças recordar
À Dama de Massabielle,
A qual ficou conhecida
Pelo sagrado nome
De Maria de Lourdes,
Sabe que cultuo com devoção
Apenas ao teu luciano filho
E a ti, santa mãe luzidia!
Nota sobre a foto: "Madona Radiante na Visão Franciscana do Natalício Advento da Luz", da série de 4 telas pintada especialmente para esse Poema pela talentosa Artista Plástica Cleonice C. Quinsler, intitulada "Perspectiva Mariana Sobre a Incorruptível Luz Eterna". Deixo aqui minha profunda gratidão pelo tempo que minha prima carinhosamente dedicou à pintura dessas telas, unindo sua arte à minha em uma emocionada homenagem familiar!
Nota sobre o áudio: "Stabat Mater Speciosa", de Alphons Diepenbrock (1862-1921).
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Esse Poema é parte integrante do Poema "IN MEMORIAM: LUX AETERNA!".