<< Capítulo III – O Olhar.
Capítulo IV – O Fio da Katana.
Totalmente dominado
Sobre a cama pelo peso
Do ataque, preferiria
Estar com uma Tanto
Para estar um tanto
Protegido – nem mesmo
Pode sacar o Kogatana
Da Saya, pois a deixou cair
Com a violência do ataque!
A feroz fera felina
Libera o pescoço
De suas presas
E passa a lambê-lo
Delicadamente enquanto
Imobiliza o corpo
Com seu abraço mortal!
Ele está apavorado,
Pois sente que será devorado,
Mas a língua é macia, diferente
Do que espera de um felino,
Então sente uma gostosa
E estranha sensação.
A felina rajada mordisca
O pescoço com suas presas
Enormes sem causar dor
E passa a lamber a orelha,
Fazendo o corpo eriçar
Em ondas de desejo
Mesclado ao medo,
Uma combinação excitante
Entre o prazer e o perigo!
Então ela sussurra
Em seu ouvido: – Grrrrrrr!!!
A lividez e frieza
Da pele aterrorizada
Dão lugar ao rubor e calor
Da pele excitada,
Do sangue fervilhante
De estranho desejo!
Desconcertado e incapaz
De resistir ao toque da felina,
Passa a notar as notas
Do irresistível e selvagem
Almíscar Tong-king
Que exala de sua pele,
Deixando-o inebriado
E completamente entregue!
De repente sente
A Tigresa abocanhar
Com força a sua boca
Em um beijo mortal e sufocante,
Asfixiante como o beijo da morte
Que dão as leoas em suas presas,
Tão longo que o deixa sem fôlego
E à beira de desfalecer
Acreditando que irá morrer
Enquanto ela rasga os lençóis
Ao acariciá-los devagar
Com força e desejo
Cravando as garras afiadas,
Como se tentasse afiá-las
Ou amaciar o leito,
Mas ela sabe quando parar
Para a sua presa poupar!
Ao retomar o fôlego
Sente a fera mordiscar
Seu pescoço e novamente
Sensações opostas entram
Em conflito, deixando-o
Ainda mais confuso e excitado!
Com o prazer transpirando,
Gotejando e escorrendo,
Sente a pelagem da Tigresa
Grudar na pele cálida e trêmula!
A felina volta a lamber
Sôfrega, com muita volúpia,
Como se estivesse sedenta
Por leite fresco e quente!
Sem poder mais se conter,
Morde com força o pescoço
Enquanto crava as garras
Nas costas em um abraço
Destinado a matar
De dor ou de prazer
– talvez esteja a presa
no limiar sadomasoquista
entre as duas sensações,
pois sente que se equilibra
perigosamente sobre o fio
da Katana, prestes a cair
ou a ser cortada ao meio;
prestes a perder a vida!
>> Capítulo V – O Veneno.