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VI - Fim dos Trabalhos: O Cântico da Lua Negra!
Levanto o cálice e pingo na poção
Uma gota rubra da ferida aberta
Na carnosa e fresca rosa do pecado,
E enquanto a vejo penetrar e diluir-se,
Entoo o Cântico da Lua Negra:
“Sou o útero que a cada quatro luas
Chora com lágrimas de sangue
A morte do filho não concebido;
O vazio da solidão de não sentir-se pleno;
As lágrimas que molham o útero enferrujado
Para formar enxurradas de escarlate ferrugem;
O sonho que rubro se esvai;
O desejo que escorre e mancha;
O beijo molhado e carmim
Dos lábios que selam o pacto
Sensual do amor que descama!”
Com o Alfabeto das Bruxas,
Desenho selos no ar
Para os quatro pontos cardeais,
Invocando aos Reis mágicos
Do Norte, Leste, Sul e Oeste.
Molho a ponta do Athame
Na poção e perfuro o fogo
Que explode em criaturas ígneas
Que se vão para os reinos de lava!
Derramo o cálice sagrado
E a poção apaga as brasas;
Sorvo o último gole frutal
E ponho fim ao rito mensal!
Outro ritual devo realizar
Na próxima Lua Negra
Junto à Sacerdotisa
E minhas novas irmãs,
Para terminar de selar
Meu nobre coração
Cansado de chorar!
Olho para as árvores à minha volta
E para o profundo céu estrelado;
Com laços mágicos a cingir
As madeixas e a delgada cintura
Do longo e florido vestido,
Deixo a clareira do bosque
Ungido na magia da noite velada!
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Esse Poema é parte integrante do Poema "O RITUAL".