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Ato VIII - Grand Finale!
O negro e amplo manto noturno bordo
Com o luminoso fio do meu destino!
Bordo meus próprios pontos cruz duplo
Que às estrelas de minha abóbada
Celeste firmam – tenho minhas próprias!
Os pontos ligo para formar
A meu gosto as constelações
E às deusas do meu panteão
Particular homenagear!
Este manto todas as noites contemplo,
E com ele me cubro ao viajar sereno
Por meu mundo de sonhos e fantasias!
Com o fio vermelho da luxúria
No zênite bordo um belo moinho
Por ventos de amor e paixão movido
– enlevo e prazer tenho dele recebido!
Com fios capilares os portais do deleite bordo
– clima tropical quente e úmido na entrada –
E um fio luminoso para o letreiro puxo
A fim de eternamente meu destino ligar
Ao nome que agora passo a bordar: Moulin Rouge!
Os pontos estelares ligo
Ao palco bordado em formato
De coração com o vermelho fio,
Para que sempre brilhem
As constelações no espetáculo
Da vida que meu peito aviva!
Da principal estrela do meu
Abobadado manto puxo o ponto
Para o centro do palco, para que ela
Seja a eterna estrela do espetáculo;
E para ele pautas e notas musicais bordo
Para que dancem as constelações
Em graciosos giros ao redor dela,
Orbitando-a – da galáxia ela é o centro,
e a anos-luz de distância estão as outras!
Uma partitura de Offenbach bordo
Para o cancan dançar minha estrela
Com sensualidade, alegria e vigor
Apenas para mim, tendo apenas
Como saia meu bordado manto,
Uma nebulosa como corpete
E o crescente lunar como diadema!
Feito de pó de estrelas,
Apenas ínfimas partículas
Dessas deidades sou,
Mas próximo a uma estrela
Dessa magnitude me sinto
Um sol e passo a adorá-la
Orbitando-a, e nos tornamos
Ditosas estrelas binárias
Em eterna e harmoniosa
Dança no balé cósmico!
Assim são minhas noites boêmias
Na íntima variante da casa de espetáculos
Mais famosa do mundo perdida
Entre os segredos de minha alcova;
Não sai de minha mente a languidez
Do belo e doce sussurro: – Moulin Rouge...